FUTURO. Uma vez que o funcionamento da indústria da Moda está totalmente atrelado a questões comportamentais e, até mesmo, sociológicas, de tempos em tempos, acompanhamos mudanças no vestir. E as últimas edições das fashion weeks, materializaram mais uma delas. Raf Simons e Miuccia Prada apresentaram em setembro sua primeira coleção em dupla de maneira certeira e objetiva. Com apenas 40 looks, a estreia foi marcada pela certeza de que excessos (em todos os sentidos) não eram mais bem-vindos. A proposta se repetiu na coleção masculina apresentada pelos designers em janeiro de 2021. Durante a temporada de Alta Costura, Pierpaolo Piccioli, um grande fã da extravagância quando lhe convém, apresentou sua coleção mais minimalista até o presente momento. E nem por isso deixou a desejar. Colocando de lado a ostentação digna dos abortados tapetes vermelhos, o italiano apresentou peças que poderiam constituir um guarda-roupas completo para uma mulher elegante. Outro detalhe a ser notado, foi a (rara) presença de homens na passarela couture. A Valentino, que silenciosamente confirma a importância da diversidade na Moda a cada temporada parece ter assumido também a discussão em torno de gênero. Afinal, muitas marcas já desistiram da precisa e quase religiosa divisão. No mais, acompanhamos uma aproximação de marcas de luxo com videogames, cinema, música e, é claro, redes sociais. Uma mudança significativa em relação ao que acompanhávamos há alguns poucos anos. Por Mariana de Castro
Foto: Tim Walker